Resumo

A flora de Arecaceae (palmeiras) do Brasil é muito rica, com estimativas variando de 221 (HENDERSON et al., 1995) até 387 espécies (GLASSMAN, 1972), estando representadas por um total de 39 gêneros. Para o bioma cerrado, na extensiva compilação efetuada por Mendonça et al. (1998), é citado um total de doze gêneros e 37 espécies para a família. Foram coletados amostras de frutos de inaja (Attalea maripa), buriti (Maurilia flexuosa), babaçu (Orbignya phalerata), macaúba (Acrocomia aculeata) e tucum (Bactris sp.) em três regiões distintas do estado do Tocantins. Em laboratório, os frutos foram abertos e colocados submersos em solução salina a 10%, agitado por 1 min após o que a solução foi desprezada, sendo adicionado cerca de 300ml de solução salina, e submetido a ultrassom em banho maria, por 1 min. Uma alíquota de 100µl da solução final do fruto foi inoculada em triplicada em placas de Petri contendo YMA e incubadas a 25°C. As colônias de leveduras que crescerem foram isoladas, identificadas e posteriormente sequenciadas. Em média foram isoladas 1,5 unidades formadoras de colônias foi fruto de palmeira, um resultado aparentemente baixo, contudo observou-se cerca de 30 linhagens distintas, como leveduras pigmentadas. Cerca de 50% das linhagens obtidas estão associadas aos frutos de buriti e tucum, apresentando estes 1,7 unidades formadoras de colônia por fruto de cada espécie. Enquanto que em amostras de babaçu foram obtidas em média 1,3 unidades formadoras de colônia por fruto, em inajá 1,5 unidades formadoras de colônia por fruto e em macaúba, uma média 0,8 unidades formadoras de colônia por fruto. Isso demonstra uma densidade populacional baixa quando comparada ao Tristão (2012) que encontrou cerca de 3 unidades formadoras de colônia em frutos de abacaxi, provavelmente isso pode estar relacionado ao excesso de óleos presentes nos frutos de palmeiras, tornando-se assim um fator limitante.